Edson Vieira de Barros, conhecido artisticamente como Ed Wilson, nasceu no bairro da Piedade, no Rio de janeiro/RJ.Conviveu com a música desde menino, inclusive aos 14 anos cantava os sucessos de Nélson Gonçalves, Anísio Silva e outros ídolos que eram sucessos na época.
A “Família Barros” sempre dedicada a arte, principalmente a música. Sua mãe Elair Silva, foi cantora da Rádio Nacional, chegou a ganhar concurso como melhor cantora, porém seu pai, o velho “Barros”, evidentemente com ciúmes, nunca permitiu que seguisse carreira. Seu “Barros” foi ator, teve participações em vários filmes nacionais. Todos os domingos a família se reunia para o famoso almoço dominical e a música rolava solta.
Edinho (como é carinhosamente chamado pelos amigos), junto com os irmãos Renato Barros e Paulo César Barros, dois monstros sagrados na guitarra e contra-baixo, respectivamente, resolvem formar um grupo, após assistirem ao show de Bill Halley, em abril de 1958, no programa “Noite de Gala” na TV-Rio, que futuramente seria o mais querido da jovem guarda, o Renato E Seus Blue Caps (o nome inicial dado por Renato foi: Bacaninha do Rock da Piedade) A influência do rock´n´roll tomava conta do mundo, a juventude acompanhou a febre do rock, um rumo diferente, uma loucura. Renato por ser o mais velho, e seguindo orientação do pai, foi nomeado o líder, porém Ed Wilson era o cantor, todo estilo Elvis Presley, ou seja, se sentido o próprio, deixando o topetão crescer, usando gola alta e jaqueta de couro. O mais novo deles, Paulo César, em seu contrabaixo acústico (afinava em dó maior), cantava menos. Iniciaram fazendo mímica,haja vista, que era a coqueluche da época, só depois partiram para tocar e cantar ao vivo, onde todo o talento dos irmãos “Barros” começaram a despontar.
Depois de sofrer um pouco, como acontece sempre, o grupo Blue Caps, começou a ser reconhecido por todos, principalmente nos programas dedicados aos jovens, e então, Carlos Imperial, no faro que lhe era peculiar, sentiu o talento do menino e então falou que ele deveria se destacar e ter seu próprio espaço, com isso deu corda no velho Barros, para Edinho fazer carreira solo. Ficou no grupo até o final de maio de 1962, quando o próprio Imperial, lhe deu o nome artístico de Ed Wilson, porém é bom destacar, que Ed sempre participava das gravações dos Blue Caps e também em alguns shows, nunca esquecendo suas origens e em alguns depoimentos, achou sua saída do grupo, um pouco prematura.
Foi contratado pela gravadora Odeon, e no dia 06 de julho de 1962, entrava em estúdio para gravação de seu 1º. Disco, 78 rpm, com as músicas “Nunca Mais” – de Carlos Imperial e Paulo Brunner e “Juro Meu Amor” – versão de Imperial, com acompanhamento dos Blue Caps. O lançamento aconteceu em agosto com o número 14.813, obtendo relativo sucesso, inclusive sendo destaque da Revista do Rádio, a mais famosa da época, na edição 678 de 1962, onde é chamado de “Elvis Brasileiro”.
Em 1963, no dia 15 de abril, entrou em estúdio novamente e gravou seu 2º. Disco, um compacto duplo, com as músicas: "Telefonema" – de Renato Barros; "Quando" – Versão de Romeo Nunes; "Eu e Elas" – Versão de Mário Albanese e "Doidinha por Mim" – de Ricardo Galeno, lançamento feito em maio, número 7BD-1059.
Já no fim do ano de 1963, deixou a gravadora Odeon e foi contratado pela RCA Victor, porém não ficou muito contente, pois foi obrigado a gravar logo no seu 1º. Disco versões italianas: “Sabor de Sal” e “Bronzeadíssima”, feitas por Hélio Justo e lançado em março de 1964, com o número 6020. Em junho do mesmo ano, lançou um novo compacto simples, de número 6071, com as músicas: “Carro do Papai” e “Patrulha da Cidade”, composições de seu irmão Renato Barros. Seu último trabalho na RCA, aconteceu em abril de 1965, com o compacto simples de número 6136, com as músicas: “Doce Esperança” e “Como Te Adoro Menina”, composições também de Renato, sendo a última versão, e é considerada uma das mais bonitas interpretações de Ed Wilson.
No dia 22 de agosto de 1965, a TV Record, em São Paulo, lançou o programa que marcaria definitivamente a música da juventude: “Jovem Guarda”, sob o comando de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, seus amigos de luta no Rio de Janeiro. Com o sucesso do programa, os cantores jovens começaram a aparecer, principalmente em São Paulo, Ed Wilson, foi um deles, e então a gravadora CBS, logo levou para seu Cast, inclusive Pedro Paulo, Luis Carlos Clay, Luis Keller e outros também foram contratados.
Em março de 1966 foi lançado seu único LP, do período Jovem Guarda, de número 37.448, título “Verdadeiro Amor”, acompanhamento de Renato e seus blue caps, onde se destacaram as faixas: “Sandra” – Versão de Gileno; “Se Você Quer” – Versão de Lílian; “Vou Partir” – Versão de Renato Barros, é nesse álbum que gravou uma composição sua “Não Sei Porque”. Depois disso, só conseguiu lançar compactos e participações na coletânea “14 Mais” e segundo o próprio Ed Wilson, faltou-lhe agressividade em termos de álbuns, como fazia muitos shows e pelo próprio traço de sua personalidade, de não ser ambicioso, aquilo lhe bastava.
A morte de seu pai no final de 1967 lhe afetou muito, porque era ele quem cuidava pessoalmente de sua carreira. Porém, há quem garanta que foi sabotado na gravadora CBS. Em termos de compactos e participações nas “14 Mais”, despontaram muitas músicas como: 1967 – “Saudade” – Versão de Lisna Dantas; “Sem seu Amor” e “Amigo da Onça” – ambas de Renato Barros; 1968 – “E Morro de Saudade de Você” – de Luiz Ayrão e Marcos Torraca; 1969 – “Se ela não Serve pra Você, Também não Serve pra mim” – de Raulzito; 1970 – “Mas que Frio Faz” – Versão de Leno e 1971 – “Ela é Minha” – Versão de Rossini Pinto.
Gravou dois duetos com a cantora Diana, inseridos nas “14 Mais” – 1971 – “Carinhoso” – de João de Barro e Pixinguinha e em 1972 – “Quero Saber” – Versão de Rossini Pinto, ambas com produção de Raul Seixas.
Antes de deixar a CBS no final dos anos 70, gravou em inglês com o pseudônimo de Barry Dean, para trilhas das novelas da Rede Globo, onde obteve destaque para a música "Love Me More", trilha sonora de “Sem Lenço Sem Documento Internacional” em 1978, drama de Mario Prata e direção de Regis Cardoso e Denis Carvalho. Fez muitos shows cantando sucessos internacionais, era a fase dos Pholhas, Christian, Morris Albert, Michael Sullivan e tantos outros brasileiros que cantavam em inglês.Teve sua investida na carreira de produtor, onde trabalhou muito com Jerry Adriani, Sidney Magal, Peninha, Lílian, César Sampaio, principalmente na gravadora Polydor, a convite de Roberto Livi, onde produziu discos em Los Angeles e Miami.
Em 1981 gravou um compacto simples Gêmini RR- 1719 com as músicas: “Com que Direito” e “Quem é Você” de sua autoria em parceria com Cury, com produção de Livi. Nesse período fez memoráveis composições, é bom esclarecer, que no período da Jovem Guarda fez várias composições para Renato e seus blue caps, Wanderléa, Cleide Alves, Pedro Paulo, José Roberto, Leno e outros. É de sua autoria canções extraordinárias como: “Chuva de Prata” – Gal Costa; “Aguenta Coração” – José Augusto; “Pede a Ela” – Tim Maia; “Aparências” – Márcio Greyck; “O Pensamento Vai Mais Longe” – The Fevers e muitas outras. É grande a relação de ídolos que gravaram suas composições.
Ainda nos anos 80, enveredou para o universo da música gospel, quando em 1985, pela gravadora Copacabana lançou seu 1º. Álbum religioso, título “Chuva de Bênçãos”. Em 1988, produziu o álbum da cantora Kátia Cilene, gravadora RGE, onde fez dueto na música “Quero Seu Amor Pra Mim” – versão de Carlos Colla, original de Neil Sedaka. Depois foi contratado pela Line Records em 1992, onde gravou os álbuns: “Te Amo Tanto”; “Minha Estrada”, “Uma Força no Ar”, um dos quais em espanhol “Mi Ruta”, versionado do álbum “Minha Estrada” para o mercado latino. Lançou ainda outros trabalhos na linha gospel.
Foi um dos mais importantes integrantes do grupo “The Originals”. Em 2005, Miguel teve a idéia de juntar ex-integrantes das três maiores bandas do período Jovem Guarda, ou seja, The Fevers, Renato e seus blue caps e Os Incríveis e formar um grupo para reviver os grandes sucessos da época. A formação inicial contou com: Miguel, Pedrinho, Cleudir e Almir (Fevers) – Ed Wilson (Blue Caps) e Netinho e Nenê (Incríveis). O sucesso foi imediato, alcançando os objetivos desejados pelos componentes. Como acontece em todos os grupos é difícil manter sempre os mesmos integrantes, e ocorreram algumas mudanças.
O cantor e compositor estava internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, ele lutava contra um câncer que o abateu em apenas seis meses, segundo familiares. De acordo com nota divulgada pelo hospital, ele era portador de cardiopatia e doença neoplásica e faleceu com choque séptico.
O corpo foi velado na capela 6 do cemitério São João Batista em Botafogo. Ed Wilson morava no Leblon e deixou viúva e filhos.