Cigano esguio e trigueiro
Não sei porque me fascinas
Se o bater do teu pandeiro
Se as tuas mãos peregrinas
Quem quem me dera ser cigana
Seguir da vida os escolhos
Dentro duma caravana
E na prisão dos teus braços
Passar a fome que tens passado
Cantar e viver sempre a teu lado
Mentir nas feiras, roubá-lo
Ser como tu, ardilosa
Pedir por um velho cavalo
Uma conta fabulosa
Entender os dialectos
Das sensuais malaguenhas
Beijar-te os cabelos pretos
Quando a dançar te desgrenhas
Cantar ao som das velhas violas
Dançar no bater das castanholas
Ensina-me a tua fé
Ensina-me tudo isto
Que a tua raça calé
Também possui fé em cristo
Ó meu cigano adorado
Em troca ensino-te o fado!