Zé da Praia e Sebastião Ferreira da Silva
Canção Rancheira - Valsa
Em todas as tardes de sol castigante
Não muito distante eu vejo sair -
Da porta da sede de uma fazenda
A moça mais linda que eu conheci.
E segue o caminho que leva ao riacho
Um pouco pra baixo da onde eu estou
Entre as paredes de uma tapera
A onde a espera jamais terminou.
A água corrente da queda que leva
Ao bater nas pedras daquele lugar -
Parece fumaça que aos poucos se espalha
Na pequena praia a onde ela está.
Quando se liberta das roupas que usa
Meus olhos recusam ver outro lugar -
Seu corpo realça com a natureza
Cenas com certeza que irão reprisar.
Após um mergulho na água gelada
Se sente amparada e jamais percebeu -
Que é sempre vista sob o sol ardente,
Na areia quente que o sol aqueceu.
Ao esculturar um corpo na areia
Ela se bronzeia sempre um pouco mais -
E quando ela abraça o corpo nas mãos
Demonstra anseios no gesto que faz.
Enquanto admiro seu corpo bonito
Eu ouço num grito uma voz lhe chamar:
Ela vai embora, eu fico sofrendo
Chorando e torcendo pra ela voltar.