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Cangaceiro

Dudu Nobre

Cangaceiro bateu na porta com vontade de entrar
Leva todo meu dinheiro
Minha vaquejada e o meu alazão
Mas deixa o meu amor
Que é dona do meu coração
Baixa essa arma de fogo
Põe na bainha o facão
Leva o que for serventia
Só não leva a dona do meu coração
O solo seco do sertão castiga tanto
Minha riqueza vem da ajuda do meu gado
É tão pouquinho mas é tudo que eu tenho
Na lida eu sou patrão, sou empregado
Tenho um valor guardado embaixo do estrado
Desse colchão que é confidente do meu corpo
Que me acolhe toda noite quase morto
Levado assalto evita o sangue derramado
Baixa essa arma de fogo...
Meu alazão é só o nome do meu jegue
Foi batizado assim em forma de presente
Que é guerreiro igual ao homem do cangaço
Não reclama de cansaço e nem sol quente
E a boiada que eu tenho é muito pouca
Em pele e osso é "três cabeça" no momento
Quando dá leite a gente engrossa com farinha
E assim ajuda é mais um dia de alimento
Baixe essa arma de fogo...

Composição: Cisco, Fernando Magarca





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