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O Sino-do-mar

Dragonfly

Fui passear à beira-mar e até mim veio
como um raio de estrela na areia molhada
uma concha branca como um sino-do-mar
que na mão me tremia sem parar.
Nos dedos trementes ouvi sons dolentes
um sino lá dentro, à beira do mar
uma bóia a dançar, um sino a tocar
sobre mares sem fim, suaves, distantes
Vi um barco silente na crista do mar
e na maré da noite, vazio e cinzento
É tarde, mui tarde! Que estamos a esperar?
Dei um salto e disse: “Leva-me, ó vento!
E ele levou-me, molhado de espuma
envolto num sono, fechado na bruma
pra praia esquecida, numa terra estranha
No cair da noite em vaga tamanha
ouvi o sino-do-mar
soando, soando, enquanto as vagas rugiam
nos dentes ocultos de perigoso escolho
e cheguei, por fim, onde areias se viam






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