Tem coisa que marca na vida da gente
Uma araponga marcou para mim
Eu que estava tão inocente
Pensei que o pássaro fosse ruim...
Em frente a rica mansão granfina
Num pedacinho de bosque
Num lindo jardim
Enquanto eu beijava a linda menina
A araponga cantava assim:
Blém, blém, blém, blém,
Blém, blém blém
E a ave cantava com pena de mim...
E a menina fina de família nobre
Eu filho de pobre um nobre cantor
Me apaixonei por aquela beleza
Sem ter a certeza de ter seu amor...
Araponga, cantando previa
Que a minha alegria estava no fim
Até que um dia eu vi o ricaço
Com a moça nos braços
Zombando de mim...
Blém, blém, blém, blém,
Blém, blém blém
E a ave cantava com pena de mim...
Passou muito tempo
Como tudo passa
Mas ficou a marca
Da desilusão
O canto da ave
Me deixa sem graça
Trazendo a lembrança
Daquela mansão...
Recooooorda a hora do vosso fluido
Do rio colorido, do lindo jardim
Os olhos azuis, um rosto tão lindo
E a araponga cantando assim:
Blém, blém, blém, blém,
Blém, blém blém
E a ave cantava com pena de mim...