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O Fio

Djambê do Cerrado

Qual fio que mede a distância da vida?
Fina seda como veio, de borboleta
Que floresce
Quando o dia amanhece e se põe
Quando tudo
É só beleza

De padrão, para o trem eu não levo ninguém.
Uma deusa de vinheta
Pertenceu ao mesmo reino que o seu
Porém sem que note desapareceu
No espinhal com cheiro de manga
Doce e serena, quando a morte é pequena.

Na selva de pedra,
Num mundo de concreto indiscreto
Todo bom desaparece,
Toda aspiração desmerece
O sonho da felicidade.

Se queima o fusível da utopia: o meu combustível.
Idéias se fundem, contornam e voltam revoltas.
Tolices soltas em forma de palavras
Discursos ou preces dos que só pensam neles
Reles, fuzis.
Saia, ou não saia,
Ou fume, ou mude!

Composição: Ben Sant’anna





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