No dia cinco de março trago sempre na lembrança,
Até hoje eu me lembro, foi numa semana santa.
Fui buscar uma boiada, na estação Porto Esperança,
Onde eu fiquei encantado, ai, ai, foi por uma rosa branca.
Nós saímos estrada afora, isso foi de quinta feira,
Nós viajamos dois dia prá chegar em Pitangueira.
Cheguemos em Porto Esperança, foi numa segunda feira,
Ainda me lembro com saudade, ai, ai, daquela linda mineira.
Na chegada da fazenda, desse tal Juca Pinheiro,
Recebi muito agrado, eu e mais meu companheiro.
Saiu uma linda morena, no seu cavalo ligeiro,
Sozinha fez o rodeio, ai, ai, naquele gado campeiro.
Nós apartamos a boiada, despedi do fazendeiro,
Ainda a moça acompanhou até saí no ribanceiro.
Na hora da despedida soluçando em exageiro
Adeus cabocla bonita, ai, ai, perdição de um boiadeiro.
Se eu te deixo, não sossego, de saudade não agüento,
Eu vim tocando a boiada mais com grande sentimento.
Caminhava muito triste só ela no pensamento,
Adeus linda flor do campo, ai, ai, só me dá padecimento.