Dino franco
Moda de viola
Vou contar a minha vida do tempo que fui menino
Eu morava em Agisse, um lugar bem pequeno
Só viva gripado, espirando e tossindo
Trabalhar eu não podia por ser fraco e franzino
Eu moleque tonto desses que só vive sorrindo
Mais o tempo foi passando
Eu fui me diferenciando, fiquei um moço ladino.
Quando completei quinze anos fiquei muito mais traquino
E se me falassem de um baile pra lá eu tava seguindo
Levava meu cavaquinho com as cordas reluzindo
Bebia umas quatro pingas já ficava tinindo
Cantava minhas modinhas com o velho Zé Serino
Mais depois eu me tocava
Porque ninguém me pagava, veja que povo ladino.
Eu só voltava pra casa quando o sol vinha saindo
Cambalendo pelos caminhos por todo lado cuspindo
Ainda parava um pouco na vendinha do Rufino
Lá eu ficava esperando a jardineira do Pino
Quando a condução chegava num canto eu tava dormindo
Ali mesmo eu ficava
Por que ninguém me chamava, veja que povo ladino.
O rapaz que bebe pinga perde a vergonha e o brio
O Rufino me falou
A jardineira passou e você fez que não viu.....
Minha mãe dava conselho e me tratava com mimo
Meu filho não beba mais pra não estragar seu tino
Faço gosto que ôce case com a filha do Justino
Certo dia me casei e mudei o meu destino
Veio uma filharada que até me desanimo
A mulher mudou meu jeito
Mas contar bem o meu jeito eu sou um moço ladino.