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Mestila Arisca De Laço

Dino Franco E Mouraí

Dino Franco / Dr. Alves de Lima
Moda de Viola

Eu vinha de mato Grosso montado no meu picaço
Lenço branco no pescoço e cem léguas de cansaço
Quando vi a Madalena debruçada no terraço
Me esqueci minhas penas e o cavalo do seu passo.

A madrinha ia adiante e a culatra retirada
Repiquei o meu berrante pra reunir a boiada
Percebi que minha sina esta ali rodilhada
Com a cascavel traiçoeira armada numa laçada.

O sol ia se escondendo e a boiada no bagaço
A campina foi passando igual mosca no melaço
Olhei de novo a morena na distancia do meu laço
Meu coração nessa hora bateu fora do compasso

Fui dizer adeus par ela, foi o meu pior momento
Perguntei se ela queria me aceitar em casamento
Me respondeu com desprezo foi grande meu desalento
Virei o macho na espora num triste aborrecimento.

Sou boiadeiro de fama com nada me embaraço
Mais essa mestiça arisca desfiou meu tiro de laço

Depois daquele abandono pra mim o mundo morreu
Eu nem sei a onde ponho esse amor que deus me deu
Meu picaço anda tristonho da boiada esqueceu
Nunca mais vi a cabocla perdi tudo que era meu.






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