Dino Franco / Osvaldo Andrade
Polca
Quando navego em meu bote de madeira
Nas correntezas do velho rio Ivinhema
Em suas praias eu avisto as lavadeiras
E entre elas um alinda flor morena.
Batendo roupa ou areando panela
Essa donzela de feição meiga e serena
Não imagina a paixão deste barqueiro
Que atravessa o dia inteiro a pensar nessa pequena.
É que a morena após a lida no rio se banha
E o sol da tarde beija seu corpo que mais parece perfil de flor
E a garça branca mais que depressa pra longe voa
Talvez por ciúme dessa cabocla que já é dona do meu amor.
Ela me chama de barqueiro amoroso
E acenando seu lencinho perfumado
Brota em seu rosto um sorriso vergonhoso
Essa magia mais me deixa apaixonado.
E junto dela numa rede de taboa
Não me enjoa de ver dois seios sedutores
Me enlouqueço quase morro de desejo
E assim então me vejo mais aflito em dissabores