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A Moda do Cachaceiro

Dino Franco E Mouraí

Eu toco viola, mas não por esmola
Não tive escola, minha idéia é fraca
Sou caboclo feio, tenho até receio
Se olho no espelho o medo me ataca.
Por ter essa fama o povo difama
Se alguém me chama de cara de vaca
Fico descontente e bebo aguardente
E amanhece doente curtindo a ressaca.

É desde pequeno que eu vivo sofrendo
Só nado bebendo e batendo matraca
A melhor bebida é a pinguinha ardida
Nunca tem saída nas bebidas fracas.
No bar do clemente briguei com o Vicente
Caboclo valente que nem jararaca
Apanhei calado, sai disfarçado
Todo rabiscado de ponta de faca.

A noite que eu bebo eu não dou sossego
Na hora que eu chego na minha barraca
Ninguém abre a porta eu dou uma volta
No fundo da horta arreio a bruaca.
Levanto atordoado com os olhos parado
Com o rosto inchado parece uma jaca
No mês de janeiro dormi no terreiro
Fiquei sem dinheiro, perdi a guaiaca.

A danada pinga sobre na moringa
A patroa me xinga e logo me ataca
Cabocla nervosa é mesmo teimosa
Com duas, três prosa nós já se tarraca.
Com franqueza eu digo parece castigo
Toda vez que brigo eu saio de maca
Na luta violenta bebum não agüenta
E a corda arrebenta na parte mais fraca.

Composição: Dino Franco e Nhô Chico





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