Lavadeiras do quintal
Lavem as almas cansadas
Lavem as almas pregadas em silêncio no varal
Lavem meu coração em sangue
Limpem as gotas do mangue
A lama do litoral
Lavadeiras
Lavem as manchas do mundo
Tirando velhos disfarces
E clareando seu fundo
Lavadeiras do quintal
Lavem minh’alma com mel
Me deixem secar o pranto
Dependurada no céu
Oh lavadeiras do espaço
Se esta canção que faço
Lavar a tua tristeza
Eu também vou me sentar a mesma mesa
Comer o mesmo bocado
Beber a mesma pobreza
Eu também vou me sentar a mesma mesa
Comer o mesmo bocado
Beber a mesma pobreza