O novo CD do forrozeiro Del Feliz se chama ‘Pé e Cabeça’ e tem 17 músicas, sendo 11 inéditas. “Misturei canções populares com clássicos do forró e composições minhas. O álbum brinca com o dito popular: tem pé e cabeça. O pé é o forró de raiz e a cabeça está aberta para as novidades do mundo. Busquei equilibrar tradição e modernidade”, conta o artista. As faixas mantiveram os instrumentos primordiais que caracterizam a autêntica música nordestina (zambumba, triângulo e sanfona), mas têm arranjos modernos com melodias mais leves e alegres.
Para marcar a ideia da diversidade, ele fez releitura de músicas de Benito di Paula (Amigo do Sol, amigo da lua) e Tim Maia (Um dia de domingo e o pout-pourri de Você e Leva). Regravou Dominguinhos (Minhas Desculpas), Luiz Gonzaga (Faça isso não), Dorgival Dantas (Sou mais eu) e fez duas homenagens ao centenário de Luiz Gonzaga: Transbaião e 100 anos de Gonzagão. O romantismo, marca registrada da discografia de Del, também faz parte do novo trabalho. “A essência desse disco, assim como todos que já fiz, é o amor”, explica Del. Seja na exaltação da mulher amada ou num lamento de saudades, o viés da maioria das músicas é romântico.
Ainda não acabou – A primeira música de trabalho do CD novo. Um xote romântico que nasceu de parceria de Del Feliz com o pernambucano Walter Lins é uma síntese do trabalho novo: tem os elementos essenciais do forró e uma melodia moderna e alegre como o trabalho, com mensagem romântica.
Tá faltando você – Um bom exemplo da alegria do novo álbum é a terceira faixa, Tá faltando você. Ela certamente será uma das músicas de trabalho. Composta por Del em parceria com Jorge de Altinho e Wálter Lins, a música é um arrasta-pé bem animado e conta com a participação especial de Dominguinhos. “Foi uma honra contar com a presença desse grande mestre e amigo, mais uma vez cantando comigo”, comenta Del.
Outra participação especial do CD foi o pernambucano João Silva, o compositor mais gravado por Luiz Gonzaga. Ao lado do rei do baião, ele assinou hits como Pagode Russo, Nem se despediu de mim, Uma pra mim outra pra tu e Vou te matar de cheiro. Com Del Feliz, ele cantou Faça isso não, gravada originalmente por Gonzagão em 1989, no LP Vou te matar de cheiro.
Homenagem – As duas últimas faixas do disco foram escritas por Del em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga. Cem anos de Gonzagão fala sobre a amizade do rei do baião com o baiano Manoelito Argolo. Já Transbaião fala sobre um importante projeto que envolve turismo, música, cultura, gastronomia e arquitetura na ferrovia do Recôncavo baiano.
Del Feliz – O músico resgata o forró pé-de-serra e a poesia na música. Natural de Riachão do Jacuípe (BA), aos 12 anos ele já era escritor de cordel. Del foi também locutor, repórter, comentarista esportivo, programador e operador de áudio.
Na primeira banda da qual fez parte, assumiu a percussão; depois tocou bateria e teclado. Começou a cantar na noite em Feira de Santana, em 1997. Em 1999, mudou-se para Salvador, e começou a cantar “na noite”. Profissionalizou a carreira em 2001 e, desde então, lançou 11 CDS e 2 DVDS.
Já se apresentou na Lavage de La Madeleine (Paris, 2011 e 2009); cantou num Festival Internacional de Forró em Paris, em 2010, onde também foi jurado do evento. Del cantou também na Lavagem da Rua 46, abertura oficial do Brazilian Day de Nova York (EUA), em 2011.
Seu show tem sido presente em importantes palcos, inclusive em duas edições do Festival de Verão de Salvador.
No carnaval de 2012, cantou com Elba Ramalho e Gilberto Gil no Camarote Expresso 2222, numa homenagem aos 100 anos de Luiz Gonzaga, além de compor o jingle em homenagem ao Rei do Baião.
Algumas de suas composições foram gravadas por artistas como Dominguinhos, Fagner, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Flávio José.
Del Feliz compôs O HINO DO SÃO JOÃO DA BAHIA, em parceria com Márcio Lima e Vicente Lima. Essa música foi gravada por 27 artistas baianos e tem versões em inglês, francês e espanhol.
Premiado e homenageado com várias medalhas, troféus, Moções de Aplauso e Títulos de cidadania, em reconhecimento pela qualidade e pela importância cultural de seu trabalho, o jovem Del Feliz está escrevendo uma importante página na história música popular do Nordeste.