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Deilson Pessoa

Era manhã de sol,
leve manhã, quando eu acordei
Nada havia mais além do sol,
Quarto, janela e eu
Eram brancos lençóis
quarando ao sol em fundos de quintais
E a estranha impressão
que nada sou, mas isso eu já sei
E o que me faz querer bem mais do que eu sou
Além de um cais, além do mar, além de um amor
Tudo se imprime no branco de folhas de papel
Egos velados por trás de muralhas de quartos e quintais
Não há verdade que possa ser, só quem adormeceu
Não há mistérios por desvendar
Além do eu e eu.
Ó, ido mestre, eu quis falar mas você nem me viu
Porquê passei etéreas pontes que você destruiu
Hoje eu não penso, eu pressinto o que quero saber
E sem conceitos não minto, assim eu posso ver
Areias vi, serenas, se sujeitando ao mar
Se ondas vão, pegadas são coisas a se apagar.






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