Eu quero uma orquestra pra fazer-te uma seresta
Numa noite amazônica nesta acústica floresta
Que seja essa orquestra uma grande filarmônica
Pois não pode ser modesta, por ser grande a seresta
Quero que o piano elabore os teus planos
E que os contrabaixos te estendam os capachos
Quero que a harpa soe sob a tua capa
E que os trompetes enfatizem o teu corpete
Quero que os sinos sinalizem o teu fascínio
E que o tambor retumbe ao sol do teu calor
Quero que o pandeiro mostre a ti meu paradeiro
E que os timbales neste timbre te embalem
Quero que o triângulo me enquadre em teu ângulo
E que os pratos todos aos teus dotes sejam gratos
Quero que o órgão toque a fundo os teus órgãos
E que o xilofone soe igual teu telefone
Quero que os fagotes solem sobre os teus decotes
E que as clarinetas te aclarem quais cometas
Quero que as trompas te envolvam em suas pompas
E que os trombones te anunciem em megafones
Quero que a tuba com essa música te cubra
E que o flautim te embrulhe em colchas de cetim
Quero que as flautas te apontem os astronautas
E que os oboés toquem a ponta dos teus pés
Quero que as violas ornamentem as tuas corolas
E que os violinos aureolem os teus caminhos
Quero que os cellos toquem os teus seios belos
E que o corne inglês sole o teu corpo em português
E eu feito regente
regerei teu corpo quente
E que a minha batuta nessa hora me oriente
E que o grande evento esteja assim cheio de gente
E que seja a estréia uma festa permanente
Eu quero uma orquestra pra fazer-te uma seresta
Numa noite amazônica nesta acústica floresta
Que seja essa orquestra uma grande filarmônica
Pois não pode ser modesta, por ser grande a seresta.