O que seria de nós,
Sem o medo.
O horror que predomina
E domina nossa alma,
Com calma
Nos toma,
Nos deixa em coma,
Em um momento de prazer
Pode crer,
Um dia você vai morrer,
Mas não dá pra esquecer
O tempo que passou,
E te fez sofrer.
As vezes anjo,
As vezes demônio,
Só em sonho,
Sou os dois ao mesmo tempo.
Por um momento,
Esqueci quem eu sou,
Mas ao ver
O sangue escorrer,
Eu sou
O que eu quero ser.
O medo de morrer,
Provém
Do medo viver,
A vida é uma lâmina,
E a morte, a deixa afiada,
Pois sem fio
Ela não serve de nada.
Abandonado,
Rejeitado,
Sozinho,
Eu procuro meu caminho,
Encontro aliados,
Macabros ou não,
Poucos eu chamo de irmão.
O medo rasga minha pele,
E eu sangro,
A dor alivia a agonia
Do prazer.
De meus versos jorram sangue,
Tamanha a euforia.
Pensamentos solitários
Depressivos,
Trágicos, hilários,
Sádicos,
Cruel,
Não sou satanista,
Mas o inferno
Tá mais perto que o céu
Esse é só
Mais um dia
De dor,
Eu próprio
Sou o terror
Sou o terror,
O terror,
Terror
O medo te trava,
Mas ao mesmo tempo te move,
Só resta você escolher como vai usá-lo
Composição: David Alves Mendes