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Passeio Na Madrugada

David Alves Mendes

Ruas vazias, sombrias,
Repletas de silêncio,
Eu penso
Que a noite foi feita pra pensar
E caminhar nos pensamentos,
Pensamentos perdidos
Ofuscados
Como a luz dos postes apagados

Cidade pequena,
De dia vai e vem,
A noite tem ninguém
A vagar, pra ir e vir,
Todos estão à dormir, a sonhar

O vento bate em meu rosto,
Assanha meu cabelo,
Enquanto muitos sonham
Eu caminho em meio a esse pesadelo

Em meio a essa solidão,
Buscando uma razão pra viver
Seguindo nesse calçamento em meio a contramão,
Vem aqui pra ver
O quanto pesa carregar esse fardo no seu coração
Verdades, acumuladas,
Tão acomodadas quanto moradores
De rua que dormem na calçada

Vidas vazias,
Mentes escassas de conhecimento,
Assim como a rua escura
Que caminho nesse exato momento
Na praça dos três climas, o clima é pesado,
Só vejo árvores balançando e um sujeito encapuzado
Andando, em minha direção,
Penso em voltar atrás,
Mas sou tomado pelo sentimento da razão

Passo sem olhar, nele esbarro
Derrubo da mão dele uma faca
E um maço de cigarros
É,
O perigo anda por aí,
A vagar, mas devagar,
Se quiser me assaltar
Pode levar, só tenho uma alma,
E um par de sapatos velhos
Desgastados de tanto andar

Andar em busca dos meus sonhos,
Pois eles seguem retas,
Em meio a essas retas vou traçando minhas metas
Itapipoca à noite é sombria,
Tão fria, mas tão quente,
Sem rumo, apenas sigo em frente
Nos becos e vielas da minha mente
E assim eu vou seguindo em frente,
Calado,
Só não posso ficar parado

Composição: David Alves Mendes






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