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Fim

David Alves Mendes

A morte é a única
Certeza que temos,
Vivemos e quando menos esperamos
Nós morremos
Mesmo sem querer
Todo mundo um dia vai,
Talvez essa seja a verdadeira paz

Aqui jaz
Mas a morte não é algo ruim,
Ela ensina o valor da vida,
Aproveite enquanto é tempo
Antes de sua saída
É algo envolto de tristeza,
Lágrimas, lamúrias,
Mas é a única certeza,
De certo modo tem a sua beleza

O cemitério é um local sagrado,
Onde nós descansaremos
Largaremos nossos fardos,
E seremos enterrados
É um assunto pouco comentado,
Mas deveria ser com mais frequência,
Afinal, é o preço final
Da nossa sobrevivência
Uns preferem ir, antes da sua hora,
Se matam dando um fim em sua história,
No final o que você irá contar,
Sua derrota ou sua glória?

Anjos ou demônios,
Ninguém é santo,
Não se deve julgar,
Pois todos vão pro mesmo canto, pro mesmo lugar
Observo os jazigos
E reflito,
Esses no futuro, serão nossos abrigos
Espero fazer valer a pena
Antes da minha ida,
Para que olhem pro meu túmulo e digam
"Esse daí aproveitou a vida"

Aquele cadáver pálido
Com o coração sem bater,
Um dia foi uma pessoa
Com alegria de viver
Temos que aceitar a realidade
Da forma verdadeira que ela é,
A morte não é uma crueldade
É a forma de nos manter de pé
Talvez muitos não entendam
O que estou falando,
Mas quando verem a morte de perto
Entenderão o que eu canto

Aquele pano, costurado especialmente,
Especialmente pra você, seja honesto ou canalha,
Use roupas velhas, ou roupas de marca,
Um dia chegará a hora de vestir sua mortalha
Sempre vou ao cemitério,
Uns acham loucura,
Mas é uma terapia
E garanto que ela cura

Nós nascemos pra morrer
Ou morremos pra nascer de novo?
Cada um com sua crença
Esse é o jogo
Infelizmente ou felizmente
É assim,
Tudo tem seu começo,
Seguido de seu fim

Composição: David Alves Mendes






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