Numa orgia nefanda
O rebelde Belsazar
Com os grandes do seu reino
Todos eles a folgar
Com espanto pararam
Quando o rei estremeceu
Na parede a mão divina
Escrevendo, apareceu
No palácio, os festivos
Nobres não souberam ler
Tal escrita na perede
Logo o rei, todo a tremer
Vir mandou bem depressa
O cativo Daniel
Que, do escrito na perede
Deu a tradução fiel
A sentença foi grave
Ao monarca dos caldeus
Que vivia no pecado
Sem temor nenhum de Deus
O teu reino passou-se
Na parede escrito está
Na balança da justiça
A tua alma em falta está
Tua vida, óh amigo
Nesta hora escrita está
O registro dos teus atos
Deus, no céu, escreve já
Que Jesus, pois, te faça
Tal escrita compreender
Que, em havendo tempo, possas
Sua graça receber
Lá no céu, a mão de Deus
Lá no céu, a mão de Deus
Vê qual seja a tua sorte
A tua vida ou morte
Lá no céu, escreve a mão de Deus