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Eu E O Rio

Clara Nunes


Rio, caminho que anda,
e vai resmungando, talvez, uma dor.
Ah! quanta pedra tevaste,
quanta pedra deixaste, sem vida e amor.
Vens, lá do alto da serra,
o ventre da terra, rasgando sem dó.
Eu também, venho do amor,
com o peito rasgado de dor e tão só;
Não viste a flor se curvar,
teu corpo beijar e ficar lá "prá" traz.
Tens a mania doente, de andar so "prá" frente,
não voltas jamais
Rio, caminho que anda,
o mar te espera, não corras assim
eu sou o mar, que espero,
alguém, que não corre "prá" mim...

Luiz Antonio (autor)






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