Cibelle Cavalli é versátil. Sons eletrônicos, acústicos e ruídos somados ao jazz e a bossa dão os ares à musicalidade da cantora. A cantora é bastante influenciada pela bossa nova e por artistas como Nina Simone e Björk.
A paulistana Cibelle se inclui na seleta safra de cantoras nacionais que já alcançaram reconhecimento no exterior mas cujo nome ainda é pouco familiar aos ouvidos brasileiros.
Com endereço em Londres e viajando pelo mundo desde 2002, a bela cantora e compositora é também multi-instrumentista e produtora, característica que se faz notar em seus discos e apresentações.
Seu cd de estréia, de 2003, batizado apenas com o próprio nome, foi elogiado pelo jornal britânico ‘The Independent’ como “simultaneamente sem igual na Terra e a tudo o que você já ouviu antes”.
A música de Cibelle é reflexo de sua vida nomade ,ela trabalha organicamente com a musica em jam sessions gravadas que depois sao esculpidas no estudio para para tomar o formato de canção , instpirada pelo produtor Suba, responsável por sua estréia em disco – no projeto ‘São Paulo Confessions’.
Cibelle não se prende a etiquetas sonoras e trabalha independente com a musica sem se prender em sonoridades especificas, utilizando desde instrumetos mais comuns como guitarras e pianos, como qualquer outro objeto ou briquedo , aleatoriamente.
"É música paulistana". Assim Cibelle Cavalli define a mistura de influências sonoras que apresentou em seu primeiro disco solo, "Cibelle", lançado na Europa pelo selo belga Ziriguiboom.
"Não é um disco de bossa eletrônica. Tem guitarra fuzz, tropicalismo, Mutantes, levadas de jazz, cuts de vinil antigo, barulho de coisas", explica Cibelle.
O disco de Cibelle saiu pelo mesmo selo que lançou o disco "Tanto Tempo", de Bebel Gilberto, o que suscitou não apenas comparações com a filha de João Gilberto, mas uma suposta filiação sua à própria bossa nova.
Para a cantora, essas comparações refletem a dificuldade da crítica internacional em enxergar a música feita hoje no Brasil sem enquadrá-la como bossa nova ou como world music.
"World music é a última categoria em que você quer estar. Já pensou? Ao lado do Yanni?", brincou, referindo-se ao tecladista new age.
Para Cibelle, sua música é caracteristicamente paulistana pois bebe diretamente nas influências musicais que a cidade oferece. "Em São Paulo você vai ao Xingu e ouve electro até seu ouvido derreter, depois vai ao Lov.e e ouve drum'n'bass, depois conhece um pessoal do Recife que faz coco", enumera. "Tudo isso influencia".
Lançada pelo produtor iugoslavo radicado no Brasil, Suba (1961-1999), no seu disco "São Paulo Confessions", de 2000, Cibelle fez participações especiais no disco de Otto e Xis antes de tentar a carreira solo.
Depois de gravar uma vinheta para a MTV com o produtor Apollo 9, a cantora o convidou para fazerem juntos uma faixa, "Alcool". O sucesso da música, incluída na coletânea "Free Zone 7", indicou que a parceria estava indo no rumo certo. O passo seguinte foi fazer um disco inteiro.
O contato com o selo Ziriguiboom - que tem o brasileiro Béco Dranoff como um de seus fundadores- já estava feito desde a época de "São Paulo Confessions", e, por meio da gravadora, Cibelle chegou aos produtores do Morcheeba, Chris Harrison e Pete Norris, que mixaram o disco.
O disco recebeu resenhas elogiosas em todos os países onde foi divulgado -Inglaterra, Alemanha, Bélgica, França, Estados Unidos. O jornal inglês Independent deu à cantora o epíteto de "rainha no exílio", pois sua música seria sofisticada demais para o público brasileiro, título que Cibelle descarta.
"Acho que o público quer ouvir algo novo. Tem muita música boa no Brasil, mas o que se ouve na TV e no rádio não é tudo o que está sendo produzido", avalia.
Admiradora declarada de Tom Jobim, a cantora Cibelle Cavalli disse que "Por Causa de Você" é a música mais marcante de sua vida e também gravou versão de "Por Toda a Minha Vida" no álbum "The Shine of Dried Electric Leaves" (2006).
Em 2007, Cibelle se apresentou no Carnegie Hall, em Nova York, 45 anos depois que Tom e a turma da bossa nova subiram pela primeira vez ao palco da casa de espetáculo.
Após o show, ela entrou em turnê e passou por Noruega, Paris, Portugal e até pela Ilha da Reunião, um departamento francês no Oceano Índico, onde fez quatro shows.
Cibelle é tambem colaboradora de artistas plasticos como David Shrigley (Escocia), Doug Aitken (USA), Rick Castro (Brasil), e trabalha com música do ponto de vista de um artista plástico brincando com os sons como se fossem cores e sampleando ao vivo os instrumentos para compor as texturas sonoras, compondo colagens.
Cibelle emprestou sua voz doce e cristalina à compilação ‘The new sound of Brazil 2’, ao lado de nomes como Bebel Gilberto, Celso Fonseca, Trio Mocotó, Bossacucanova e DJ Dolores, e tambem a compilacao de colaboraçoes com David Shrigley, ao lado de Franz Ferdinand, Hot Chip, Grizzly Bear, Final Fantasy entre outros.
Seu segundo disco de carreira, ‘The Shine of Dried Electric Leaves’, foi lançado no ano passado, e convidada por David Byrne, em fevereiro de 2007 ela se apresentou ao lado de seus amigos e colaboradores Devendra Banhart, CocoRosie, Vetiver, Vashti Bunyan e Adem no mitico Carnegie Hall em NY representando a nova safra da musica mundial.
Depois de se apresentar pelos quatro cantos do mundo e conquistar a crítica britânica com seu segundo disco, "The Shine of Dried of Electric Leaves", a paulistana Cibelle Cavalli fez seus primeiros show no Brasil nos dias 14 e 15 de setembro/2007, no festival No Ar Coquetel Molotov, em Recife.
Radicada em Londres desde 2002, a cantora e compositora, que está escalada para o TIM Festival deste ano, solidificou a carreira no exterior quando, em seu próprio país, ainda é praticamente desconhecida, cultuada apenas entre a crítica especializada e ouvidos mais antenados com o que caminha à margem do mainstream.
Antes de se mudar para a Inglaterra, Cibelle cumpriu o périplo de apresentações em bares e casas noturnas de São Paulo e, em 2002, realizou sua primeira gravação, interpretando uma das faixas de "São Paulo Confessions", do prestigiado produtor Suba, morto pouco tempo depois em um incêndio em seu próprio estúdio.
O contato com Suba, a propósito, serviu de ponte para que ela assinasse contrato com o selo Ziriguiboom, filiado à gravadora belga Crammed e que agrega outros grupos e artistas brasileiros que, assim como Cibelle, desfrutam de mais prestígio na Europa e no resto do mundo do que no país.
Cibelle participou em 2009 da abertura do “Station Brésil”, na capital paraibana, fazendo das comemorações do ano da França no Brasil um encontro apaixonado entre a música francesa e a música brasileira.
“A idéia foi criar um ponto de encontro para os artistas, seja a partir de afinidades ou o contrário”,
explicou o francês Matthieu Rougé, músico, produtor, idealizador do festival e um dos seus curadores, juntamente com o compositor e produtor musical brasileiro Paulo Lepetit.
Cibelle Cavalli entregou seu coração às artes e sua alma à música. Intuitiva e apaixonada pela vida, ela se inspira nas sutilezas do cotidiano para construir canções que soam como aqueles pequenos sonhos que invadem a mente durante a luz do dia. Cibelle está imersa em um mundo poético que começou a ser construído aos cinco anos de idade, quando resolveu estudar violão por vontade própria.
"Aos 5 ou 6 anos, eu entrei num Conservatório para estudar piano e fazer musicalização infantil, e não sai de lá até meus 12, 13 anos. De lá, parti para o Teatro no Indac (Escola de Atores que fica em São Paulo), lá pelos 14 e, com 17 anos, voltei com força total pra música", conta Cibelle.