Prateia a serra
Tudo prateia!
O luar branco
De minha aldeia
Em minha terra
Quando a Lua sobe a serra
A saudade se descerra
Dos confins do coração!
A natureza
Fica muda, fica presa!
Enlevada na beleza
Do luar do meu sertão!
Em minha aldeia
Quando brilha a Lua cheia
A matuta sapateia
No requebro do baião!
E ao som do pinho
Da viola e cavaquinho
Tudo baila à luz do linho
Do luar do meu sertão!
Pela calada
De uma noite enluarada
O magote da boiada
Fica olhando para o céu
Se o vaqueiro
Vem subindo pelo outeiro
Vendo a lua, sorrateiro
Ergue a mão, tira o chapéu
Lá na campina
Quando a lua se reclina
Geme a pomba, a sururina
Canta e geme o pecoá
Nas bananeiras
Cantam as rolas cantadeiras
Lá no topo das palmeiras
Assobia o sabiá