Em 1996 Ceumar defendeu a toada Dindinha, de Zeca Baleiro, no festival de Avaré/SP. Não ganhou, mas marcou quem teve a chance de perceber a beleza delicada da música e a cuidadosa interpretação. Ceumar fez nome nos festivais de canção popular do interior do Estado e firmou-se na noite da cidade.
A violonista e arranjadora, Ceumar de voz límpida e bem projetada, uma profissional capaz de lidar com os pulsos internos do que canta, para imprimir dinâmica e balanço às canções que interpreta, apresentou canções de seu primeiro disco em 1999, no Teatro Crowne Plaza (São Paulo).
O repertório, abrangente mas muito brasileiro, trouxe Luís Gonzaga (Olha pro Céu, parceria com José Fernandes), Zé Ramalho (Eternas Ondas), Dona Ivone Lara (Tiê, com Hélio Fuleiro), Zeca Baleiro (além da toada Dindinha, também Iô, Iô).
Ceumar, uma das vozes escolhidas para o elenco do disco A Gema do Novo, segundo volume, lançado no início do ano passado pela gravadora Dabliú, está na mira de quem demonstra interesse, no meio musical, por renovação e qualidade.
"Meu Nome", quarto disco da cantora Ceumar. O título marca a estréia do selo paulista Circus Produções Fonográficas. Produzido pelo músico e produtor holandês Bem Mendes, o trabalho é o registro ao vivo dos shows da cantora realizados em maio e junho de 2008 no Teatro Fecap, em São Paulo.
O título do álbum revela o tom intimista das músicas, todas compostas pela artista, que acredita ter chegado o momento "de encontrar comigo mesma, se entregando mais intensamente ao palco e ao público".
Cenário, violão, convidados especiais e a voz, ao mesmo tempo forte e angelical, compõem o show envolvente. Ceumar, que também quer ratificar no título do novo trabalho que o registro na identidade não tem nada de artístico. "É o meu nome mesmo".
Das 20 músicas do CD, oito tem letra e música de sua autoria. Nas demais, ela divide as composições com parceiros de peso como Dante Ozzetti, Yaniel Costa, Kleber Albuquerque e Estrela Ruiz Leminski, entre outros.
Já era um sonho gravar somente com violão e voz, mas eu tinha um certo medinho...afinal, o que fazer com os erros? mãos trêmulas que escorregam nas cordas, voz embargada de emoções, gravei assim pelo grande incentivo do produtor e meu marido, Ben Mendes. E aí está, porque meu nome é CEUMAR mesmo, não é nome artístico como pensam alguns, as canções quase todas inéditas, autorais e em parceria. Inaugurando o selo -outro sonho antigo - com meu produtor GUTO RUOCCO, da Circus Produções.
"Meu nome é Ceumar, nome inventado pela minha mãe. Já vi homem com este nome, também vi escrito com L no meio. Com S eu não conto, não tem o sentido de firmamento. Meu objetivo na vida é ser tão simples como são o céu nosso de todo dia e o mar que a gente vai curtir no verão. Mesmo que a natureza vá variando à seu gosto, o céu e o mar estão sempre no lugar...
A música, pra mim, às vezes é barco, às vezes asa-delta, e faz da vida um deleite!", diz a cantora.
Ceumar nasceu na serra da Mantiqueira, em Itanhandu e a música sempre fez parte da casa. Seu pai, Clélio, era cantor na juventude, fazia pequenos shows com o “Trinhandu”. Era chamado “A voz de veludo”! Foi um pioneiro: teve o primeiro violão elétrico da região! Sua mãe, Wilmar, sempre afinada nas últimas do rádio, cantava pela casa enquanto cuidava das três filhas.
O instrumento da infância de todas foi o piano, e desde pequena estudou teoria musical. Seu avô era regente de orquestra, tocava tuba. Contudo, somente pegou em um violão aos 16 anos, e assim participou de um festival de música e acabou ganhando seu primeiro prêmio como melhor intérprete.
Na Fundação de Educação Artística, em Belo Horizonte, estudou violão clássico e canto.
Passou um tempo em Itajubá, cidade próxima e cheia de atividades culturais. Cantava e também fazia aulas de dança, teatro e inglês. Foi lá que fez seu primeiro show ( roteiro, figurino, arranjos…) chamado ” 30 músicas que você não ouve no rádio”.
Chegou em São Paulo em junho de 95 pra inaugurar um bar na Alameda Tietê com uma banda. Já tinha na agenda o telefone de Zeca Baleiro e Chico, pois desde os tempos de BH conhecia o som deles através de uma amiga que sempre divulgava os novos por lá, a Rossana Decelso.
No primeiro encontro com Zeca Baleiro Ceumar já pescou algumas músicas dele. Começou a cantar alguma coisa em shows até surgir a idéia de fazer o primeiro disco.
Junto com Tata Fernandes começaram a pensar em repertório e formaram um trio. Era dezembro de 97. ”Daí foram se juntando vários amigos, grandes músicos e o Dindinha saiu, em janeiro de 2000.”
Em agosto/2009 Ceumar cantou ao lado do seu pai, como ela diz: "... foi uma emoção sem palavras...ele me ensinou os primeiros acordes ao violão, aos 15/16 anos, e cantava muito afinado as canções da juventude dele - boleros, fox-trots, sambas-canções...."
Agora aos 78 anos seu pai se animou e veio até São Paulo participar do show comemorativo dos 10 anos do Prata da Casa, no Sesc Pompéia...foi domingo dia 09 de agosto, dia dos pais!
Na juventude, em Itanhandu, o pai de Ceumar cantava no grupo TRINHANDU por toda região, fazia shows, quermesses, e era conhecido por lá como A VOZ DE VELUDO!