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No Vazio De Um Milonguear

César Oliveira

Eis que morreram as milongas
No colo vazio do pinho
Pra que nascesse o caminho
Que eu traço na noite escura

Eu tanto campeei lonjuras
E hora me fez sozinho
Eu que busquei luzeiro
De tanto olhar caprichoso

Tanto acorde majestoso
Na humildade disfarçado
E agora o rumo traçado
Pela falta de carinho

Apenas então somente
Não mais que um simples aceno
Gosto que um gesto pequeno
Acumule tanta estima

E cause tamanha cisma
No peito de um guitarreiro
E cause tamanha cisma
No peito de um guitarreiro


Projeto enfim a saudade
E os ocos vazios no sonho
Projetos cantos risonhos
E vejo tudo em metade

Pouco a pouco
Gesto a gesto
Aclara-se o manifesto
Alheio a própria vontade

E a guitarra se interage
Põem notas tristes no verso
Então de alma regresso
Imaginando por ela

Com o cantar primaveras
Se invernos no ceu atravesso
Com o cantar primavera
Se invernos no ceu atravesso






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