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Ritual Das Garças

César Oliveira e Rogério Melo

O sol potro colorado se embolca atrás das coxilhas

E a tarde exausta repousa na cama das maçanilhas

Silhueta sem grão serenas olvando os olhos de graça

Aos poucos veste horizonte com o pala branco das garças


Ruflando as plumagens densas do céu derrama o efeito

De alvas pérolas vivas que as nuvens trazem no peito

Em revoada elas chegam adornando as amplitudes

E aportam nas copas altas da ilhazinha do açude Bis


(As garças são peregrinas pois são livres pra voar

Levam as gotas do orvalho trazem o sol pra se deitar

Nasceram pra ser teatinas com a sina de desbravar

Tem açudes como albergues e o mundo para morar, para morar)
Int.

Lambaris vem pra flor d'água os tahãs dão "buenas tardes!"

Saudando as viageiras que chegam fazendo alarde

E o orquestral afinado num babarél se prolonga

Ouvindo ao longe parece um talarear de milongas


O ermo dos amarillos é povoado de alegria

Que o arrebal dos aguapés vem dormir com a sinfonia

Pra quem olha a natureza com a alma sobre a retina

Estes rituais são poemas escritos por mão divina Bis









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