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De Noite Ao Tranco

César Oliveira e Rogério Melo

Meu pingo quebra o silêncio de noite mascando o freio
Contraponteando com a sanga que vai serpenteando anseios
Reculuta uma esperança quando solito estradeio
Uma saudade se perde rondando trevo e massega
Vara o mistério da noite tapada de pega-pega
Pra sorver claros de lua quando a uma estrela se entrega

Na partitura da cerca entre arame e trameril
Um minuano inventa modas floreando a pauta dos rios
Nos galhos das casuarinas vai desquinando assovios

Meu pala branco abanando como bandeira de guerra
Parece um barco na noite singrando o ventre da terra
Carrega o pó da querência que brete nenhum encerra
Carrega o pó da querência que brete nenhum encerra

Que lindo ouvir o sussurro da goela de um manancial
Vertendo ecos de pampa nos flecos do parronal
Pra crescer num pedregulho de um rio que corre bagual
No bate patas do tempo a vida esvai-se "a lo largo"
Levando junto o campeiro que tem o dia pra encargos
As noites pras gauderiadas e paz na hora do amargo

Meu pala branco abanando como bandeira de guerra
Parece um barco na noite singrando o ventre da terra
Carrega o pó da querência que brete nenhum encerra
Carrega o pó da querência que brete nenhum encerra



Composição: Letra: Anomar Danúbio Vieira / Música: Carlos Madruga





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