O Cérebro Eletrônico é certamente uma das mais criativas e excitantes bandas surgidas da cena alternativa de São Paulo no início do século XXI. Transcendendo os limites tradicionais de gêneros, a música da banda desafia as simples definições enquanto flutua entre a eletrônica, o rock, o pop e a MPB. Ao contrário de outros artistas que foram atraídos pela idéia de canibalismo musical proposto pelo tropicalismo, o balanceamento eclético de gêneros proposto pelo Cérebro Eletrônico não soa forçado ou auto-centrado. As simples e estranhas melodias, as letras inteligentes, o frescor do som e a elegante produção garantiram ao Cérebro elogios fervorosos da crítica e um público fiel e entusiasta que não pára de crescer.
As melodias da banda são diretas, muitas vezes atraídas pela maneira familiar da cultura pop, mas ao mesmo tempo com arranjos não convencionais e surpreendentes. Tatá Aeroplano, compositor e vocalista da banda, disse em uma entrevista que grande parte da música moderna se parece com os filmes de Hollywood nos quais logo no início você geralmente já sabe o que acontecerá no meio e também prevê e antecipa o final. O Cérebro Eletrônico quer fazer exatamente o oposto com sua música: surpreender o ouvinte.
A banda é formada por Tatá Aeroplano (voz e efeitos com brinquedos), Fernando Maranho (guitarra e voz), Izidoro Cobra (baixo e voz), Dudu Tsuda (teclados e voz), Gustavo Souza (bateria). Os integrantes do Cérebro Eletrônico participam de outras bandas como: Jumbo Elektro, Luz de Caroline, Trash Pour Quatro, Dona Zica, Zeroum, Frame Circus, Junio Barreto, entre outras.
Após o bem sucedido primeiro álbum “Onda Híbrida Ressonante”, o Cérebro Eletrônico criou um repertório de canções genuinamente pop, onde o cinema, o dadaísmo, a literatura fantástica e a “mojicália” estão estampados em notas e letras neste novo disco intitulado “Pareço Moderno” e produzido por Alfredo Bello.
O disco conta com a participação de André Abujamra, Helena Rosenthal, Fernando Alves Pinto, Moisés Santana, Tulipa Ruiz, Alfredo Bello, Adalberto Rabello, Marcelo Monteiro, Gustavo Ruiz, Felipe Flip, Gui Cotonete e Zé Pi da banda Druques. O disco também apresenta a inédita canção “Talentoso” do compositor Júpiter Maçã e “Tobogã pro Inferno” de “Peri Pane” da banda O Degrau.
Letras sarcásticas, pós-políticas, apocalípticas, embalsamadas por belas harmonias, reverenciam principalmente o movimento Tropicalista, Sérgio Sampaio, Raul Seixas, Rita Lee, Júpiter Maçã, André Abujamra e grupos como Pato Fu, Os Mulheres Negras e muitas bandas contemporâneas do Brasil. O momento é raro, de ebulição e demolição dos velhos padrões estabelecidos.