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Saudade

Cenair Maicá

Saudade é dor que belisca não se sabe dizer onde
É tropilha muito arisca que no passado se esconde
E uma doçura amarguenta como o mate chimarrão
Tironaços que rebenta o sovéu do coração.

Falado:

Saudade, alegria é magoa insana
Que a gente gosa, sofre e padece
É moirão de canjerana
Não queima e não apodrece.

É a tapera das lembranças da aguada azul que passou
É o rastro das esperanças que no passado ficou –
É a potranca pelo duro, gaviona barbaridade,
Não há coração lhe juro que palanqueie a saudade.

Saudade é dor que belisca não se sabe dizer onde
É tropilha muito arisca que no passado se esconde
É a potranca pelo duro, gaviona barbaridade,
Não há coração lhe juro que palanqueie... a saudade.






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