Aos 17 anos de idade, num acidente, Cenair perdeu um rim, o que veio, mais tarde a comprometer sua saúde e influenciar em seu falecimento, em 02/01/1989, após passar por um transplante.
Músico desde os 10 anos de idade — quando começou a se apresentar em público ao lado de seu irmão Adelqui — , Cenair fez sua entrada triunfal na história da música gaúcha ao vencer o 7º Festival do Folclore Correntino em 1970, em Santo Tomé, na Argentina com Fandango na Fronteira. Na apresentação, Cenair dividiu o palco com quem a havia composto: Noel Guarany (ver AND 33). Foi a consagração de ambos e de cada um como artista e também dos esforços iniciados pelos dois e por Ortaça em 1966, quando lançaram um manifesto reivindicando a herança guarani e anunciandoa intenção de criar, a partir dela, uma nova arte missioneira.
A vitória no 7º Festival do Folclore Correntino em 1970, em Santo Tomé, na Argentina rendeu a Cenair e Noel a gravação de um disco compacto, Filosofia de Gaudério (1970).
Em 1978, Cenair lançou "Rio de Minha Infância", o primeiro de sua carreira solo. Solo talvez não seja a palavra adequada: a produção e a direção couberam a Noel, autor, também, de quatro das dez músicas que o integram.
Nas canções "Homem Rural" e "Balaio", "Lança e Taquara", Cenair fala das agruras que atravessava a gente simples do interior gaúcho: camponeses, balseiros, índios... já na canção "João Sem Terra", Cenair satiriza a política habitacional do regime de 64 descrevendo as agruras imaginárias de um conhecido passarinho: "Ainda bem que o João Barreiro não precisa
de alvará: não paga o BNH e usa o barro brasileiro. Mas te cuida, João Barreiro, que os 'hôme' vão te pegar...".
Cenair Maicá começou sua carreira musical com o irmão Adelque. Trabalhou com José Mendes e depois com Noel Guarany.
Cenair Maicá nasceu em Tucunduva/RS, em 03 de maio de 1947 e morreu em Porto Alegre/RS, em 2 de janeiro de 1989. Foi um músico missioneiro, conhecido por cantar a natureza e os índios, além de ter sido um dos...