A noite chega, o céu escurece
A lamparina dá luz no oitão
Ajoelhado eu faço uma prece
Pra proteger o homem do sertão
Quando amanhece eu vou trabalhar
A roçadeira abre o meu caminho
Quando peguei a enchada pra plantar
Ganhei bom dia de um passarinho
Era um canário que veio de longe
Meio assustando para a minha terra
Batendo as asas ele me avisou
Que fugiu do mal e escapou da guerra
Disse que viu muito inocente
Pagando o preço da incompreensão
Homens armados mutilando gente
Bombas jogadas na população
Viu um soldado surrar uma criança
E uma escola caída por terra
Para matar o homem não se cansa
Pra ter poder ele faz a guerra
Seu moço é triste tanta violência
O ser humano matando a nação
E quanto mais avança a ciência
O mundo vai caindo ao chão
Meu canarinho, seja bem vindo
Aqui no meu sertão
Eu te ofereço amor, paz e carinho
E um pedacinho desse meu torrão
Meu canarinho, a nossa arma não
É um canhão/eu planto amor
Aqui nesse lugar e todo dia
Eu colho um coração