A vida era o caminhar por um quarto escuro
Sem graça, chata, quase luto
Sentia o gosto, olfato, tudo
Com as digitais enxergava o mundo
Que era azul...
“Não há nada de mau nisso”, escutou lá do fundo
“Melhor seria, fosse eu um vagabundo?”
Mas só queria alguém pra poder ficar junto
E dividir cada segundo
“Aleluia, ele viu a luz!”
Na musa que chamavam Luzia
E que um dia sonhou que o encontraria
Cego e sem medo algum
No sonho, a ele se entregaria
Pois via que ele a também queria
Do mesmo jeito
Ele, ela, a bengala, um novo assunto
Do sofá da sala, pra cama no quarto!
“Ssshhh! Oh, yeah, baby!”
Ela sussurrou-lhe ao ouvido que todos os gemidos eram mesmo só pra ele
Ali, a escuridão virou um clarão absurdo
Porque: “Aleluia, ele viu a luz!”
Na musa que chamavam Luzia
E que um dia sonhou que o encontraria
Cego e sem medo algum
No sonho, a ele se entregaria, pois via
Que ele a também queria
Do mesmo jeito...