“Na floresta”, foi gravação de Sílvio Caldas, parceiro de Cartola neste samba, em 13 de julho de 1932, matriz 65546, mas a Victor só o lançou em outubro de 33 com o n.o 33712-A. Isso em virtude de atritos entre Sílvio e Francisco Alves.
“Que infeliz sorte!”, lançada pela Odeon em dezembro de 1929, na voz de Francisco Alves, disco 10519-A, matriz 3095. Mário Reis chegou a adquirir os direitos de gravação deste samba por 300 mil-réis, mas preferiu repassá-lo ao Rei da Voz.
Devido ao racismo, Cartola nunca foi economicamente
bem sucedido. No meio dos anos 60, o jornalista Stanislaw Ponte Preta encontrou-o lavando carros no bairro de Ipanema, e perguntou: Voce não é o Cartola? Sou. - foi a resposta. Isso causou muito espanto ao jornalista, que passou a ajudá-lo, tornando-o mais popular.
O samba-canção “Grande Deus” foi composto por Cartola em 1946, quando contraiu meningite e demorou mais de um ano para se recuperar. Porém, só em agosto de 1958 é que a música foi lançada em disco, na voz do grande Jamelão, pela Continental.
É uma parceria de Cartola com Noel Rosa, não creditado no selo e na edição. Vem também a ser o caso das faixas seguintes, interpretadas por Francisco Alves e por ele gravadas na Odeon: “Não faz, amor”, gravação de 7 de julho de 1932, disco 10927-A, matriz 4481, e “Qual foi o mal que eu te fiz?”, imortalizado pelo Rei da Voz em 30 de dezembro de 32 mas só lançado em maio de 1933 sob n.o 10995-B, matriz 4574.
Entre 1929 e 1933 teve suas primeiras oito composições gravadas, cinco por Francisco Alves , o maior cantor da época, uma por Cármen Miranda, uma por Sílvio Caldas e uma pelo iniciante Arnaldo Amaral.
O primeiro emprego de Cartola, primeiro de muitos trabalhos humildes, foi numa modesta tipografia.
Em 1928, criou, com Carlos Chagas, o Bloco dos Arengueiros, que se transformou na Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, para quem compôs seu primeiro samba-enredo (Chega de Demanda) e escolheu suas cores verde e rosa.
Em meados da década de 1950, o jornalista e escritor Sérgio Porto o redescobre na penúria, como lavador de carros numa garagem de Ipanema. Sérgio anuncia a boa nova de que Cartola ainda vivia, e lhe arranja um emprego menos árduo. Aos poucos, o mestre mangueirense começa sua reintegração ao meio musical.
Que só por ocasião de seu casamento com Zica (Euzébia Silva do Nascimento) descobriria que seu pré-nome era Angenor e não Agenor, como vinha assinando
Conhece Carlos Cachaça (1902-1999), marcando o início de uma estreita e duradoura amizade, inclusive na música, sendo parceiros de grandes sambas.
Essa primeira fase de músicas gravadas seria interrompida, pois os rendimentos eram parcos, e Cartola dedicou-se apenas a compor para sua querida Mangueira, da qual se tornou figura lendária, lançando esporadicamente em disco um ou outro samba, inclusive gravando para o maestro Leopold Stokowski, em 1940, o samba “Quem me vê sorrir” (ou “Quem me vê sorrindo”), parceria com Carlos Cachaça, registro que na época só saiu nos EUA.
Era o primeiro dos oito filhos do primeiro casamento de Sebastião, com Aída.
Entre 1974 e 1978, Cartola grava quatro LPs, dois pela Marcus Pereira e outros dois pela RCA, bastante elogiados pela crítica e bem acolhidos pelo público.
Em seguida, Cármen Miranda, já então “o maior nome feminino da fonografia nacional”, interpreta “Tenho um novo amor” gravação Victor de 11 de maio de 1932, lançada em julho seguinte sob n.o 33575-B, matriz 65486, com acompanhamento do mestre Pixinguinha, à frente do Grupo da Guarda Velha.
Cercado do respeito e reconhecimento gerais, faleceu em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos, sendo seu corpo velado na sede da Mangueira com todas as homenagens, e sepultado no cemitério do Caju.
Aos oito anos, foi morar na Rua das Laranjeiras e teve despertado seu interesse pela música no contato com ranchos e clubes de operários e, ora, pois, pois, portugueses.
“Não posso viver sem ela”, parceria de Cartola com Alcebíades “Bide” Barcelos, gravada na Odeon por Ataulfo Alves, à frente de sua Academia de Samba, em 27 de novembro de 1941, com lançamento bem em cima do carnaval de 42.
Integrado na roda dos batuqueiros, integra a formação, anos depois, do Bloco dos Arengueiros, cujo maior prazer entre seus componentes era promover arruaças, fazendo jus ao nome. Um dia, porém, seus componentes concluem ser chegada a hora de acalmar os nervos, sem perder a finalidade musical. Assim nasceu, em 1928, a lendária Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, cujas cores, verde e rosa, foram adotadas por sugestão do próprio Cartola (eram as mesmas cores do Rancho dos Arrepiados, por ele frequentado no tempo em que morara na cidade).
Entre suas composições mais conhecidas destacam-se “O sol nascerá”, “As rosas não falam”, “Acontece”, “O mundo é um moinho”, “Sim” e “Alvorada”.
Com apenas 18 anos, amasia-se com Deolinda (que era casada, tinha uma filha e era sete anos mais velha que ele!)
Você sabia que em 2003 Cartola ganhou uma homenagem de Ney Matogrosso? Este grande intérprete da Música Popular Brasileira resolveu comemorar seus 30 anos de carreira em grande estilo, lançando o álbum: 'Ney Matogrosso Interpreta Cartola'. No repertório há clássicos como “O Sol Nascerá”, “O Mundo é um Moinho”, “As Rosas não Falam”, “Basta de Clamares Inocência”, entre outras preciosidades. Vale a pena conferir!
É quando se casa com sua querida Dona Zica, bela cabrochinha de olhos brilhantes, e também exímia e celebrada cozinheira. Ambos instalam, num antigo casarão da Rua da Carioca, o lendário restaurante Zicartola, que funcionou de 1963 a 1965, tornando-se ponto de encontro de sambistas de morro com nomes ditos elitizados , dando também oportunidade para o surgimentos de novos valores, Cartola comandando o samba e Dona Zica o “rango”.
Noel e Cartola, sem dinheiro, procuraram Chico Alves no Largo do Maracanã e lhe pediram algum. Chico concordou, desde que cada um fizesse um samba naquele momento. Foi aí que compuseram “Qual foi o mal que eu te fiz?”, com toda a segunda parte de Noel, que nessa ocasião fez sozinho “Estamos esperando”, gravado por Chico em dupla com Mário Reis.
Quando ele tinha 11 anos, a situação da família piorou, fazendo com que se mudasse para o morro da Mangueira, então ainda com características rurais e pouquíssimo habitado.
“Festa da Penha”, parceria de Cartola com Asobert (pseudônimo e anagrama de Adalberto Alves de Souza). Foi gravado em 1958 por Ary Cordovil
Nos anos 40, teve inúmeras dificuldades, tanto financeiras quanto pessoais, abalado pelo falecimento de sua Deolinda e gravemente doente. Nessa ocasião, Cartola se afasta da Mangueira e chega até a ser dado como morto.
Na música Peito Vazio, com Nélson Gonçalves cantando, o mestre Dino erra durante o solo de Paulo Moura.
No dia 3 de janeiro de 1933, Francisco Alves retorna aos estúdios da Odeon para gravar outro samba de Cartola, agora sem parceiro: “Divina dama”, que será lançado logo em seguida com o número 10977-B, matriz 4575, constituindo-se no maior sucesso da primeira fase de composições gravadas do poeta mangueirense.
Ganhou o apelido Cartola quando trabalhava em obras, usando um chápeu-coco para não sujar os cabelos de cimento.
Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980) foi um cantor, compositor e violonista brasileiro.
Considerado por diversos músicos e críticos como o maior...