Como é que eu posso,
Cozinhar sem banha,
Sem cebola e alho,
Sem vinagre e cheiro,
Como é que eu posso,
Ter bom paladar,
Sem você deixar,
A grana pros temperos.
Pois fique sabendo,
Que o feijão bichado,
E o arroz quebrado,
Que alguém lhe vendeu,
Já despejei tudinho no terreiro,
Veja bem o dinheiro,
Que você perdeu.
Ou você acaba com essa economia,
Ou então acaba-se nossa amizade,
Já reclamo isso quase todo dia,
Você me responde com simplicidade.
É que a cebola minha filha, está soberba,
O alho e o vinagre cada vez subindo mais,
Peça emprestado cada dia a uma vizinha,
Ou continua fazendo, sempre como você faz.