Acorda Adalgisa,
pois que a noite é bela,
vem ver o luar.
Vem ouvir os cantos,
tão cheios de encantos,
que vêm lá do mar.
São os pescadores,
que cantando amores,
se vão barra afora,
Remando a falua,
ao brilhar da lua,
na propícia hora.
Acorda, Adalgisa,
pois que a noite é bela,
tem dó de mim.
Que no dormir te esquece,
quem por ti padece
tormento sem fim.
A voz que te chama
é de quem te ama,
é de um trovador,
Que geme e suspira,
nas cordas da lira,
pedindo-te amor.
Acorda Adalgisa,
pois que a noite é bela,
sob um céu de anil.
Passa a brisa mansa,
qual gentil criança,
só pensando em ti.
Vem ouvir os cantos
que são os prantos
deste teu cantor,
Que vive sozinho,
que vive pensando
em teu doce amor.