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Eu Acredito

Carlos Eduardo Taddeo

Eu acredito na população que vaga na cracolândia
Na criança de lingerie se vendendo pro bacana
No paralítico que se arrasta oferecendo bala
Na massa carcerária, no menor de quadrada
Ficha corrida não é atestado de incapacidade
É certificado de dolo do crime da alta classe
Um tipo de chip cerebral foi plantado

Pra impor que somos pré dispostos ao delito e ao fracasso
Só enquadramos buffet e amarramos convidado no banheiro
Porque amputam nossa infância primeiro
Faz inteligência pra oncologista com nome na parede
Acabar em compartimento pra pt no capacete
Causam pow que faz industrial desacordado
Rifa de vidraça com aston martin descontrolado
O preso articulado é exemplo emblemático

Que temos força pra paralisar o estado
Com bomba ou greve dá pra evitar futuro nobel em ciência
Na nova vara clandestina de perus pra indigência
Sei que quando só há vaga no comércio informal
Catar as huger do fórum parece o ideal
Porém cê pode ter mais que 3 celulares e uma nave
Pode ser niemeyer, spielberg, castro alves
Sua sina não é ser reconhecido num distrito
Pode vencer sem 33 latrocínio,eu acredito!

Nosso papel não é ser troféu de caça
Apresentado pela civil do lado da coca embalada
Não importa os antecedentes baixo poder aquisitivo
Sua sina não é glóck quinze tiro...eu acredito!
Seu lugar não é no banco dos réus no plenário
É na mesa principal do judiciário
Impedindo que os massacres contra favelados
Demore vinte anos pra serem julgados

O homem pobre tem talento e virtude
É muito mais que o personagem de piada do youtube
Enquanto fomos unidos só pra zua vídeo
De moleque roubando hornet e tomando tiro
O mp com suas escutas e mapeamentos
Não chegará nos reais tchacos do movimentos
O choque seguirá marcando com título manifestante
Pra longe da imprensa beber seu sangue
Combata quem quer privatizar o sistema carcerário

Pra dar conrad particular pra empresário
Combata quem quer um de nós de chefão no condomínio
Pra que mil morram tentando ser parecido
As revoluções surgem em mentes como a do che
Mas são executadas por manos igual você
Seja um black panther não de a outra face
Pros que crê na ideologia nada de superioridade

Se vingue sendo nota dez e meio
Roubando seus cargos não as vans dos correios
A mente que clona o controle do portão do executivo
Se quiser domina a economia...eu acredito!
Nosso papel não é ser troféu de caça
Apresentado pela civil do lado da coca embalada
Não importa os antecedentes baixo poder aquisitivo
Sua sina não é glóck quinze tiro...eu acredito!

Escraviza o boy por quatrocentos anos depois liberta
Sem reparação financeira, cultural,pedaço de terra
Pra ver se ele não acaba num raio
Dando quarenta estocadas no agente penitenciário
Ai mina valorize a luta das feministas
Mulheres atiraram por igualdade, política trabalhista
Sua cara não é ser vulgar na coreografia sensual
É ta engajada contra violência doméstica e sexual

Não quero favelado estrelando a filmagem
Que dá pro cabrini prêmio de reportagem
Metralhadoras pro alto, vinho, refrigerante
Depois ter que assistir me identificando participante
Você não tem que acabar na sede do de macro
Porque por um óculos da oakley sacou o simulacro
Nossa artilharia sem foco até hoje só serviu
Pra por safado nos postos de controle do Brasil

Pra aumentar salário de pm e delegado
Por grana no cu de advogado, promotor, magistrado
Quando fincamos uma cabeça na lança
Só atendemos os mestres das finanças
Não podemos nos conformar com a área de serviço
Com as celas,as sobras, o quarto do cortiço

Você pode ter sua grife, sua firma, seu livro
Acredite no seu potencial porque...eu acredito!
Nosso papel não é ser troféu de caça
Apresentado pela civil do lado da coca embalada
Não importa os antecedentes baixo poder aquisitivo
Sua sina não é glóck quinze tiro...eu acredito!

Composição: Carlos Eduardo Taddeo






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