Diz aos teus olhos garotos
Vivos marotos
Pretos, rasgados
Que não andem pelas esquinas
Feitos traquinas
E malcriados
Que não sigam as meninas
Simples, ladinas
Dos olhos meus
De tudo acho capazes
Os maus rapazes
Dos olhos teus
Teus olhos amendoados
São comparados
A dois cachopos
Que quando topam meninas
Pelas esquinas
Dizem piropos
É preciso que lhes digas
Que as raparigas
Nem todas são
Como as pedras que há nas ruas
Gastas e nuas
Sem coração
Diz-lhes tudo sem ralhares
Sem te te zangares
Em mil cuidados
Sim, que para entristecê-los
Prefiro vê-los
Nos seus pecados
Não quero os teus lindos olhos
Correndo abrolhos
Livre-nos Deus
Que causassem tais ruínas
Nestas meninas
Dos olhos meus