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Cores do Vento

Carlinhos Felix

Tu achas que sou uma selvagem
E conheces o mundo
Mas eu não posso crer
Não posso acreditar

Que selvagem possa ser
Se tu é que não vês em teu redor
Teu redor
Tu pensas que esta terra te pertence

Que o mundo é um ser morto,
Mas vais ver
Que cada pedra, planta ou criatura
Está viva e tem alma é um ser

Tu dás valor apenas às pessoas
Que acham como tu sem se opor
Mas segue as pegadas de um estranho
E terás mil surpresas de esplendor

Já ouviste um lobo Uivando no luar azul
Ou porque ri um Lince com desdém
Sabes vir cantar com as cores da montanha
E pintar com quantas cores o vento tem
E pintar com quantas cores o vento tem

Vem descobrir os trilhos da floresta
Provar a doce amora e o seu sabor
Rolar no meio de tanta riqueza
E não querer indagar o seu valor

Sou a irmã do rio e do vento
A garça a lontra são iguais a mim
Vivemos tão ligados uns aos outros
Neste arco, neste círculo sem fim
Que altura a árvore tem
Se a derrubares não sabe ninguém

Nunca ouvirás o lobo Sob a lua azul
O que é que importa
A cor da pele de alguém
Temos que cantar com as vozes da montanha
E pintar com quantas cores o vento tem
Mas tu só vais conseguir
Esta terra possuir
Se a pintares com
Quantas cores o vento tem






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