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Rapaz De Gosto

Cacique e Pajé

Eu inventei esta moda pra cantar em qualquer função
Onde tem moça bonita delicada de feição
Eu repico a viola prá dar mais inspiração
Sinto dentro do peito com mais sensação
Batendo depressa o meu coração
Nas festas que eu canto é uma tentação
As moças discutem por minha razão
Sempre fui rapaz de gosto
Oi morena, cheio de satisfação.

A gente quando é violeiro sempre leva uma vidona
Em todas festas que vai, as moças sempre se apaixona
Mais o que eu gosto mesmo, essas coroas choronas,
Dos cabelos curtos, que é mais cafona
Sou muito jeitoso já convenço a dona Dou uma de pobre e a velha me abona
Com meu gabarito, eu sento na poltrona
Sempre fui rapaz de gosto
Oi morena, pra morena solteirona.

Onde tem mulher bonita, pode ver que estou no meio
Cantando modas de viola e fazendo saracoteios
A moçada me aplaude na sala que sapateio
ou muito cortês no meu galanteio
As modas que eu canto eu sempre floreio
No braço da viola cantando eu ponteio
Meu compasso é firme eu não perco o galeio
Sempre fui rapaz de gosto
Oi morena não gosto de fazer feio

Sempre gostei de viola que não seja mentirosa
Meus dedo sempre percebe quando ela esta manhosa
As cordas ficam macias Igual mulher carinhosa
A voz do meu peito sai mais caprichosa
Com muita cadência bem harmoniosa
Na meio da sala, não se ouve prosa
Só sinto perfume de flores cheirosa
Sempre fui rapaz de gosto,
Oi morena Minha vida é cor de rosa

Composição: Antonio Borges de Alvarenga/Roque Pereira Paiva





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