Pesando eu vejo nos meus velhos tempos
Da minha vida tão passageira
Vejo a fazenda Santa Cecília
Cheia de mágoa e tantas mangueiras
Vejo um terraço cheio de moça
Vejo um cavalo dentro da cocheira
Este pagão, vejo ele pulando
E me derrubando na ribanceira.
Pensando eu vejo o som do berrante
Vejo a boiada no poeirão
Eu vejo alguém de uma janela
Com seu lenço acenando na mão.
No pensamento eu vejo, meu pai
Chegando a espora no seu burrão
Vejo o cargueiro de uma comitiva
E lidar com gado foi minha paixão.
Pesnado eu vejo a capelinha
Que naquela estrada e passava com boi
Ali morreu seu Francisco Chagas
Meu pai é que sabe contar como foi.
Eu vejo um bando de maritacas
E papagaio voando de dois
Vejo a vazante no fundo da casa
Naquelas várzeas as colheitas de arroz.
Pensando eu vejo naquele rodeio
E de muitas festas que participei
Muitos festeiros por devoção
Sempre faziam festas de reis.
Naquelas festas o povo animado
Me lembro os carinhos que alguém me fez
É esse alguém que vive a meu lado
E todos meus agrados a ele eu dediquei.