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Mosca Branca

Cacique e Pajé

Num recanto do sertão
Um desordeiro vivia
Por nome de Mosca Branca
O povo lhe conhecia,
Levava em seu coração
Só maldade e covardia
Atacava a residência,
Quando o marido saía.

Se a mulher fosse feia
Ele amarrava e batia
Se fosse mulher bonita
Se ver ninguém acredita,
O que o bandido fazia

Na casa de um caboclo
Certo dia chegou,
Vendo a mulher sozinha
Mosca Branca aproveitou
A linda flor do caboclo
Sem piedade desfolhou
Aquele rostinho lindo
Banhado em pranto ficou
Desejando a própria morte
O marido á encontrar
Com o seu coração ferido
O que tinha acontecido
Ao marido ela contou.

Caboclo ficou mais bravo
Do que onça encurralada
E sentiu que a sua vida
Já não valia mais nada,
Jurando honrar seu nome
Despediu da sua amada
Procurando o marginal
Saiu por trio e picada.

Andou três dias no rastro
Sem fazer uma parada,
E do barranco de um rio
Numa canoa ele viu
Sua caça procurada.
Sentindo o frio da morte
Mosca Branca reagiu
O céu cobriu de fumaça
Foi só bala que zuniu
Canoa foi afundando
Entre as piranhas sumiu
Só uma nuvem vermelha
Do fundo d’água surgiu
Do coração do caboclo
Pra sempre a mágoa saiu
Voltou para o seu amor
E quem causou tanta dor
Ficou no fundo do rio.

Composição: Cacique e Jesus Belmiro





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