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Chifre do Boi Soberano

Cacique e Pajé

a cidade de Andradina um boiadeiro chegou
Com mil e quinhentos bois, com destino ao matador
Com latidos de cachorro a boiada estourou
Foi grande a correria, era só grito que ouvia
Não tinha quem socorria, mais um milagre deus mandou!

A boiada esparramou pelo centro da cidade
Batendo os cacos na rua parecia tempestade
tinha um criança brincando em sua simplicidade
Levaram um grande espanto, foi grito por todo canto
Por milagre de algum Santo não houve fatalidade.

Apareceu um berrante com um berrante repicando
Naquele mesmo instante a boiada foi parando
Para perto do peão a boiada foi chegando
Era um gadão de raça, ficaram todos sem graça
Sem fazer mais ameaça, vinham todos berrando!

Com o som desse berrante vi muita gente chorando
Cheguei perto do peão e fui logo perguntando
Pela marca do berrante, assim ele foi falando:
Marca nele não há, você pode acreditar,
Este berrante que aqui está é o chifre do Soberano!

O Soberano morreu mais sua fama ficou
Do couro foi feito um laço que até não quebrou
Do chifre este berrante; o meu pai quem fabricou
Recebi como herança, guardo ele por lembrança
Eu sou aquela criança que o Soberano salvou!






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