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Roupa Nova

Bruno Coimbra

Todos os dias, toda manhã
Sorriso aberto e roupa nova
Passarim preto de terno branco
Pinduca vai esperar o trem

Todos os dias, toda manhã
Ele sozinho na plataforma
Ouve o apito, sente a fumaça
E vê chegar o amigo trem

Que acontece que nunca parou
Nessa cidade de fim de mundo
E quem viaja pra capital
Não tem olhar para o braço que acenou

O gesto humano ficou no ar
O abandono fica maior
E lá na curva desaparece a sua fé

Homem que é homem não perde a esperança, não
Ele vai parar
Quem é teimoso não sonha outro sonho, não
Qualquer dia ele pára






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