Eu tenho um medo que me consome e ninguém deve saber.
Todos enxergam o meu sorriso. “cara de sorte ele deve ser.
Tantos amigos, tantos talentos... Quem pode reclamar?”
Mal eles sabem... Fecham-se as portas e o cenário passa a mudar.
Eu tenho um medo, e nem tem nome. Ninguém jamais suspeitou.
Passa o dia e até mesmo eu esqueço
No emaranhado de vida em que estou...
Tantos barulhos, tantos sentidos... Quem vai silenciar?
Mas na verdade é no silêncio que ele aparece pra mim.
Eu tenho medo da noite, medo da solidão
Dessa reunião dos pensamentos e eu.
Eu tenho medo da noite, medo da escuridão.
Resta dormir e esperar o dia chegar, mas, até lá,
Eu tenho medo da noite.
Eu tive medo naquela noite, antes da hora chegar.
Todos dormiam e eu só rezava. Sangue escorrendo e nas mãos um tremor.
“Não, eu não quero. Meu pai, afasta esse cálice de mim...
Mas seja feita, sim, seja feita tua vontade enfim”.
Não tenha medo da noite, mesmo na solidão.
Lembre, não foi em vão que eu me entreguei por você.
Não tenha medo da noite, mesmo na escuridão.
A cruz vai carregar - e vai pesar - mas novo dia chegará!
Se eu quiser ganhar, só vou perder...
Se quiser perder, só vai ganhar!
Se pela noite escura caminhar sozinho sem ver o final…
Não terei medo da noite, mesmo na solidão,
Seguindo a direção rumo ao teu coração
Não tenha medo da noite, mesmo na escuridão.
Pode até demorar a clarear, mas chegará ao fim esta noite.
Chegará ao fim
Composição: Bruno Camurati