As rodas de violeiro minha viola ta mandando
Tem corda ficando quente, tem muito dedo queimando
Tem muita língua afiada , neguinho ta me secando
Cascavel vai dando o bote , sem saber quem ta picando
Sou um violeiro arrojado, meu sangue é envenenado, meu pagode é o soberano.
Quando chego no pagode faço estremecer o chão
Sai fumaça da viola , pega fogo no bailão
O povo fica agitado limpa banco no salão
Neguinho enciumado , de mim não tira o zoião
Mando logo meu recado , meu aço é temperado aqui agüenta pressão
Meu peito é de canarinho , minha voz é de um leão
Sou igual um passarinho , dou razante de avião
Sou filho de santo cristo , neto de raio e trovão
Cigana leu meu destino , na palma da minha mão
Você vai ser violeiro , seu mestre é Tião Carreiro honre a sua tradição
Neguinho pegou meu nome foi levar lá na congada
Amarrou deu sete nós despachou na encruzilhada
Eu vou contar pra vocês o final dessa parada
Neguinho ta patinando atolado na estrada
Meu nome já é famoso , por deus todo poderoso , minha viola é abençoada