Nascida Cícero Caetano Leonardo, Brenda chegou a São Paulo aos 14 anos e tornou-se figura conhecida e festejada do bairro do Bixiga. Comprou uma casa nesse bairro em 1984 e posteriormente criou a Casa de Apoio Brenda Lee para abrigar portadores de HIV rejeitados por parentes, fossem eles travestis ou não. A casa começou com três pacientes ainda no ano de sua compra, mas a instituição foi oficializada em 1988.
No dia 28 de maio de 1996, Brenda foi brutalmente assassinada com um tiro na boca e outro no peito e seu corpo foi encontrado mais tarde dentro de uma Kombi em um terreno baldio. Sua missa de corpo presente — realizada pelo padre Júlio Lancellotti, representando o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns — foi rezada na sede da casa de apoio, na rua Major Diogo, na Bela Vista. Brenda era considerada o “anjo da guarda dos travestis” e tinha como objetivo ajudar a todos, doentes ou não, que eram discriminados pela sociedade.
O cineasta suíço Pierre-Alain Meier dirigiu o filme-documentário intitulado Dores de Amor. Nele, expôs a vida nua e crua de quatro mulheres transgêneras, além da própria Brenda: Andréia de Maio, Claudia Wonder, Condessa da Nostromundo e Thelma Lipp.
O trabalho de Brenda tornou um referencial e um marco importante. Tanto que o prêmio brasileiro para aqueles que defendem os direitos Humanos foi intitulado “Prêmio Brenda Lee de Direitos Humanos”.