Né ñe enhõ marikã teropëre
A'tiro de pokãti-mehatipã
Quando não existia nada
Foi assim que tudo começou
Nas trevas brilhou uma luz
E do nada surgiu Yê Pá
A criadora do sol e da lua
Do fogo da terra e do trovão
Genitora do povo Tukano
Os filhos da criação
Né ñe enhõ marikã teropëre
A'tiro de pokãti-mehatipã
Nas antigas montanhas da floresta
Nas primitivas malocas de pedras
Os guerreiros disparavam suas flechas
Combatendo o terrível õ'ãmarã
Criatura dominadora
Da escuridão, do mundo invisível e frio
Né ñe enhõ marikã teropëre
A'tiro de pokãti-mehatipã
E ao som dos tambores trocanos
Das flautas sagradas miriã
Os filhos da criação
Louvaram a deusa Tukano Yê Pá
E o pajé a invocar o deus ëmëkho-ñikhë
Que enviou a cobra grande cë pirõ
Para inundar a floresta dizimando o mal