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Kanarott, o Espírito da Floresta

Boi Garantido

É serra que corta, é tora, tronco que chora
É serra que corta, é tora, tronco que chora
É serra que corta, é tora, tronco que chora
Lágrimas de seiva!

Sobe a ganância na cabeça do homem
Sobe a ganância na cabeça do homem
Sobe a ganância na cabeça do homem
Isso nem é mais homem!

A floresta ferida, cortada e aflita
Ela sangra, ela grita, ela chora agonia
É usada, despida, abusada e vendida
Ela sangra, ela grita, ela chora agonia

Clama, conclama em choro
O guardião
Levante do sono profundo e vingue a floresta

A caçadora Enoy em sua montaria o guardião
Flechando o branco que corrói
O verde em destruição
Castigará, sentenciará, condenará

É Kanarott, é Kanarott
É folha de canarana
(Cipó de fogo, é mato, é planta)
É Kanarott, é Kanarott
É folha de canarana
É mureru, (tajá que anda)

É Kanarott, é Kanarott
É folha de canarana
(Cipó de fogo, é mato, é planta)
É Kanarott, é Kanarott
É folha de canarana
É mureru, (tajá que anda)

Quem depredar a floresta
Será assombrado por criaturas estranhas
Será perturbado arrastado para as entranhas
O Kanarott!

É Kanarott, é Kanarott
É folha de canarana
(Cipó de fogo, é mato, é planta)
É Kanarott, é Kanarott
É folha de canarana
É mureru, (tajá que anda)

Composição: Adriano Aguiar





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