A combinação de rap, hip-hop e guitarras distorcidas se tornou ‘mainstream’ no mercado fonográfico, vendendo milhões de álbuns e criando um grande número de bandas altamente comercias e sem criatividade. Mas nem sempre foi assim. Houve uma época em que a esse tipo de música era feito com honestidade, originalidade e de forma realmente pesada.
Isso aconteceu por volta de 1988, no Brooklin, quando Billy Graziadei (guitarra/vocal), Evan Seinfeld (baixo/ vocal), Danny Schuler (bateria) e Bobby Hambel (guitarra) formaram o Biohazard. Dois anos depois saía o disco de estréia “Biohazard”, que causou um certo impacto na cena, nem tanto pelo som, que ainda não era muito trabalhado, mas mais pelas letras que traziam à tona os conflitos urbanos, políticos e raciais que os jovens da periferia enfrentavam no seu cotidiano.
O segundo trabalho, e talvez o de maior repercussão do grupo, saiu em 1992, já pela gravadora Roadrunner. “Urban Discipline”, muito mais agressivo que o anterior, teve uma melhor divulgação e além de uma extensa turnê junto com bandas como Sick Of It All, Kyuss, House Of Pain, o vídeo da faixa “Punishment” tocava incessantemente na MTV.
Um ano depois, gravam um ‘single’ com os rappers do Onyx para a trilha do filme “Judgement Night” e a faixa “Slam” tornou-se um verdadeiro ‘hit’. Assinam com a Warner em 1994 e, no mesmo ano, soltam “State of the World Address”. O disco serviu para aumentar ainda mais a popularidade do Biohazard, já que as letras continuavam tratando das mazelas sociais.
Participaram ainda do primeiro volume do tributo ao Black Sabbath, “Nativity In Black”, com uma versão arrasadora para “After Forever” e também da trilha do filme “Demon Knight- Tales from the Crypt”. Antes das gravações do novo álbum, no entanto, Bobby Hambel deixa o grupo e “Mata Leão”, de 1996, é gravado como um power-trio. O ex-Helmet, Rob Echeverria acompanha o Biohazard na excursão desse trabalho, que passou inclusive pelo Brasil no festival “Philips Monsters of Rock”, assumindo em definitivo as seis cordas.
O primeiro ao vivo, “No Holds Barred”, gravadona Alemanha, saiu em 1997 e é um registro fiel de toda a energia e empolgação que rola nos shows da banda. Dois anos depois, sai “New World Disorder” e este acaba sendo considerado o álbum mais Metal da carreira do Biohazard, talvez por influência das participações especiais de Igor Cavalera e Christian Wolbers do Fear Factory.
No início de 2000, Rob Echeverria anuncia sua saída do grupo e, no ano seguinte, chega às lojas “Tales from B-Side”, trazendo faixas que ficaram de fora dos lançamentos anteriores e ainda uma nova versão para “Slam”.
Ainda em 2001, apresentaram o novo guitarrista Leo Curley e gravam “Uncivilization”, que desta vez, além de Igor Cavalera, também conta com as participações de Derrick Green, Andréas Kisser, Phil Anselmo, Peter Steele, entre outros. Em 2002 a banda se vê obrigada a cancelar uma turnê européia em função de problemas de saúde do guitarrista Carmine Vincent. Scott Roberts (do Cro-Mags) é chamado para assumir o posto e passa a fazer parte da banda.
Nova mudança de gravadora - agora vão para a SPV / Steamhammer. O álbum “Kill Or Be Killed” (2003) chega às lojas e a banda sai em turnê. Por problemas de saúde do vocalista Evan Seinfeld, a banda fica afastada dos palcos por um período.
Nesse mesmo ano, o guitarrista Graziadei muda-se para o Brasil e passa a integrar a banda Endrah. Mas o músico acaba por voltar aos EUA e encerra sua participação no Endrah. No final de 2004 o Biohazard inicia as gravações de uma novo álbum, “Means To An End”, que chega ao mercado no ano seguinte.
Em 2006, Danny Schuler anuncia sua saída do Biohazard. O guitarrista Roberts resolve também direcionar sua carreira por outros caminhos e finalmente Graziadei anuncia que a banda não fará uma turnê de despedida, encerrando assim as atividades do grupo. Os integrantes da banda todos se dedicam a outros projetos musicais.