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Biografia de The Who

No verão de 1961 nascia na Inglaterra o The Detours, banda formada pelos guitarristas Roger Daltrey e Pete Townshend e pelo baixista John Entwistle. Completavam o conjunto Doug Sandom na bateria e Colin Dawson nos vocais, mas este último logo saiu e Roger assumiu também os vocais. O grupo seguiu como quarteto até o final dos anos 70, tocando versões de sucessos pop, mas rapidamente progrediu para versões barulhentas e pesadas do rhythm and blues norte-americano.

No começo de 1964 descobriram a existência de outra banda chamada The Detours, e mudaram de nome. O nome escolhido foi The Who, e logo em seguida ocorreram mais algumas mudanças de formação. Doug Sandom foi despedido e para o seu lugar veio Keith Moon. Moon, vestido todo de vermelho e com o cabelo tingido de ruivo, insistiu em tocar com o The Who durante um show. Ele quebrou o pedal do bumbo do baterista substituto que estava com eles, e logo depois da apresentação foi aceito na banda.

O primeiro passo decisivo na carreira do The Who foi quando a banda emplacou em Londres, tocando todas as noites de terça-feira no Marquee Club. Além da performance do grupo, que costumava quebrar seus instrumentos no final das apresentações, o produtor Shel Talmy fechou com a banda e conseguiu um contrato com a gravadora Decca nos Estados Unidos. Mas quando “My Generation”, o álbum de estréia do The Who saiu, a banda, decepcionada com a falta de promoção, rompeu contrato tanto com a Decca quanto com Shel Talmy, e assinou com a Atlantic.

O segundo álbum foi “A Quick One”, que teve uma recepção moderada na Inglaterra, mas, em compensação, rendeu bons resultados para a banda nos EUA, onde fez uma serie de shows e se apresentou em festivais. O grupo tinha parado de destruir seus instrumentos nos shows, mas reza a lenda que Keith Moon era um baderneiro nato e sempre destruía quartos de hotéis, muitas vezes pelo excesso no consumo de drogas. O disco seguinte, “The Who Sell Out”, lançado em dezembro de 1967, não vendeu tão bem quanto seus antecessores. Era um álbum conceitual projetado para se parecer com uma transmissão da então fora-da-lei Radio London, uma estação pirata que mais tarde seria reconhecida como uma das melhores do gênero.

Depois desse declínio, o The Who compôs um dos seus maiores sucessos, a ópera-rock “Tommy”. A história girava e torno de um garoto que fica surdo, mudo e cego, e então, excluído de qualquer percepção terrena, consegue alcançar Deus. Quando “Tommy” foi lançado obteve apenas sucesso moderado. Mas, quando o grupo começou a tocar o álbum ao vivo, aquilo havia se transformado no ápice de seus shows. A explosão de “Tommy” aconteceu quando a banda apresentou-se no Festival de Woodstock em agosto de 1969.

Com os álbuns seguintes “Who’s Next” e “Quadophenia” a banda se manteve no topo das paradas e em constantes apresentações entre os anos de 1972 e 1975. “The Who by Numbers” sairia no ano seguinte e seria o último trabalho de Pete Townshend com a banda. Depois de um show particularmente barulhento durante a turnê, Pete percebeu que estava com um zumbido nos ouvidos que não parava. Uma visita ao médico revelou que ele logo ficaria surdo se não parasse de fazer shows, assim a banda ficou quase inativa para a recuperação de Pete. Depois de dois anos longe dos estúdios, o The Who lança o álbum “Who are You”, que obtém grande repercussão seu lançamento.

Contudo, pouco tempo depois, a banda sofre um grande baque: Keith Moon morre, decorrente de uma overdose acidental do remédio prescrito para controlar seu alcoolismo. O baterista Kenney Jones foi convidado a integrar a banda algum tempo depois da morte de Keith, mas definitivamente as coisas não estavam dando certo para o The Who. Em um show em Cincinnati em dezembro de 1979, onze fãs foram pisoteados até a morte durante um tumulto por lugares. Enquanto isso Pete aparecia bêbado na maior parte do tempo, tocava solos intermináveis e frequentemente saía da linha nos shows. Seu alcoolismo acabou evoluindo para drogas pesadas, primeiro cocaína e depois heroína. Pete quase morreu de uma overdose de heroína no Club For Heroes em Londres, mas conseguiu ser salvo pelos médicos. Os pais de Pete começaram a pressioná-lo para que ele procurasse ajuda, e então ele viajou para Califórnia para tentar curar-se do vício.

Os derradeiros álbuns da carreira do The Who foram praticamente um fiasco, “Face Dances” e “It’s Hard” foram alvos de críticas negativas. Com isso, a banda decide fazer a sua turnê de despedida, com seu ultimo show no Canadá em dezembro de 1983. Alguns dias depois Pete anuncia o fim do The Who em uma conferência de imprensa.

Sem lançar nenhum trabalho de inéditas, e soltando no mercado apenas álbuns ao vivo, o grupo reuniu-se em alguns momentos para realizar apresentações ocasionais durante todos esses anos. O nome The Who voltou aos noticiários quando em julho de 2002 aos 57 anos, o baixista John Entwistle faleceu, vítima de um ataque cardíaco em Las Vegas devido ao consumo de cocaína.

Depois de muitos boatos e suposições, o The Who anuncia sua volta definitiva à música com um novo registro de estúdio. Além de Pete Towshend, a atual formação do conjunto é composta pelo vocalista Roger Daltrey (único membro junto a Pete da formação original da banda), o baixista Pino Palladino, John “Rabbit” Bundrick nos teclados, Simon Townshend, guitarrista e irmão de Pete, e o baterista Zak Starkey, filho do legendário Ringo Starr. “Endless Wire”, o primeiro trabalho de estúdio desde 1982, chega às lojas em outubro de 2006.